quarta-feira, setembro 26, 2007

TROPA DE ELITE: Pega um, pega geral, e também vai pegar VOCÊ!

IMPERDÌVEL, em negrito e letras maiúsculas, é o mínimo que posso falar desse filme, com direção de José Padilha, baseado no livro Elite da Tropa , de Luiz Eduardo Soares, Rodrigo Pimentel e André Batista.

Talvez você, um leitor não tão cinéfilo (nem fanático por crônicas policiais brasileiras, como eu), nunca nem tenha ouvido falar desse filme, embora ele já seja considerado por muitos como o melhor longa brasileiro do ano - e o favorito pelo público para nos representar no Oscar. Claro, a história do filme em si é quase tão polêmica quanto o enredo retratado: a realidade chocante e eletrizante do BOPE- Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro. É claro que os "caveiras" (como eles se denominam, numa alusão ao símbolo do BOPE: um crânio atravessado por uma faca) não gostaram nadinha da idéia e tentaram impedir que o filme chegasse aos cinemas. Talvez eles até tivessem chance de fazê-lo, se antes de que qualquer estréia fosse anunciada, o filme já não fosse o maior sucesso de vendas nos camelôs de todo o país. "Pehhdeu, prêibói..!" *risos*. E enquanto rolam processos, procuram-se culpados,prendem-se camelôs e o BOPE espuma pelos dentes, Tropa de Elite vai cada vez mais sendo consagrado pelos espectadores. Bem produzido, recheado de atuações impecáveis e com um ritimo alucinante, o filme exibe violência explícita, sim: mas a tortura psicológica das cenas choca mais do que o (pouco) sangue derramado em quase duas horas de fita.

Inclusive por isso, não vi realmente motivos para o BOPE sentir-se ofendido com o filme. Não é uma história de mocinhos e bandidos, e muito menos de papéis invertidos. O enredo mostra de uma forma bastante realista como de ambos os lados - defendendo a lei, ou infringido-a - existem pessoas de bom caráter, e outros que não valem nada. O retrato é de uma situação de caos, de mata-ou-morre constante, que exige dos envolvidos decisões extremas, rápidas, atitudes radicais, raciocínio apurado e muito, muito sangue-frio, além de técnica. E os "politicamente corretos" (ou politicamente hipócritas..?)que me perdoem, mas nesse quesito, o filme mostra sim que o BOPE é a tropa mais bem-preparada para lidar com a guerra que enfrenta. O nosso CHOQUE de São Paulo acho que teria muito mais motivos para não gostar do retrato de Carandiru, do que o BOPE para encrencar com o Tropa de Elite. E olha que em São Paulo, nos eventos e desfiles, já vi o CHOQUE ser aplaudido de pé pelo povo. Talvez por isso uma das cenas que mais me deixaram chateada em Tropa.. é quando, durante uma discussão em sala de aula, todos os alunos de uma classe da faculdade começam a falar mal da polícia (carioca). Pra mim não há nada mais triste em pessoas que generalizam, nivelam por baixo, depreciam e ofendem aqueles que, bem ou mal, estão lá pra "servir e proteger". Afinal de contas, pra quem essas mesmas pessoas recorrem quando precissam pedir socorro? Na hora que precisam de polícia, ninguém lembra de xingar, né? Um dos meus lamentos profundos em relação à nossa sociedade é esse círculo vicioso. Como podemos esperar heróis na polícia, se gostamos mais de compará-los aos bandidos? Quando policial faz mal, sai em tudo que é mídia. Os bons policiais, ninguém nota.

Mas já escrevi demais. E é melhor eu parar com esse discurso cívico antes que alguém me jogue na cara que eu assisto filme pirata. Crucifiquem-me: não agüentei. :P

ATUALIZAÇÃO (15:30) : Acabou de ser publicado no UOL CINEMA que o indicado brasileiro ao Oscar será "O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias". Embora também seja um bom filme, não é nem um pouco tão empolgante como o Tropa de Elite, mas- dizem- tem mais chances de faturar o bonequinho.
Grande coisa.

terça-feira, setembro 25, 2007

ONONONONO ONONO ONONONONO

Ai, que raiva desse tal de ONON! Meu marido fez um outdoor super legal para o delivery da Gelateria Parmalat. Mas, como ainda não achou "a" frase para colocar no anúncio, apresentou-me o layout cheio de "ONON".

Nada irrita mais um redator do que uma peça bonita e chamativa, caminha mais que pronta pra UMA frase curta e bem sacada...Que não está lá.
Fui descarregando minha betoneira de palpites. Cheguei a sonhar (ou ter pesadelos) com essa maledetta frase. Tudo soava bem, mas não bem o suficiente. E saber o motivo, a justificativa do meu marido pra isso, é o que mais me tira o sono.

E mais me deixa triste.

Eu preciso conversar com algum redator publicitário de sucesso. Preciso perguntar uma coisa que está me matando por dentro. Não sei se é paranóia, mas tá me magoando demais.

Alguém aíiii..?

terça-feira, setembro 18, 2007

In the heat of the Amazon

Aliás, acho que é de bom alvitre fazer algumas atualizações...Um ano depois, estou de volta a Manaus. Desta vez acompanhada de minha filha, e indo ao encontro do - agora oficialmente- maridão. No entanto, para quem conhece a história, sabe que não foi uma viagem querida e ansiada, sabe o quão dolorosa foi a partida. Tanto que, pela primeira vez, não agüentei, e saí chorando de Guarulhos.

Mas se Deus abre uma janela a cada porta que parece se fechar...Desde aquele instante tive o prazer de descobrir apenas ótimas surpresas e anjos em meu caminho. Antes mesmo de pisar em terra firme, uma visão de sonho se revelou diante de meus olhos. Eu deveria saber que era o anúncio de que tudo, finalmente, daria certo.

Sim, estou feliz. E que me perdoem todos a quem fiz sentir meus temores. As coisas não irão ficar bem. Elas já estão bem.

Ficarão apenas melhores.

Tenho certeza disso.

Enquanto isso, no cerebelo...

Olha, se eu me candidatasse a presidente, acho que não sairia logo de cara fazendo promessa de acabar com a corrupção. Sabe por quê? Falar é muito fácil, mas a verdade é que ninguém - NINGUÈM- sabe o que realmente acontece nos bastidores do poder. Só mesmo depois de estar lá dentro, e mesmo assim nem isso (não é mesmo, Sr. Atual Presidente?). E digo mais: na minha opinião até os resultados das eleições são frutos de corrupção, em maior ou menos grau. E nós, simples eleitores, que só temos um botãozinho de urna eletrônica de participação nisso tudo, JAMAIS saberemos como funciona.
Só acho que enquanto houvesse um brasileiro com jornada de trabalho de 20 horas diárias, o presidente deveria, no mínimo, trabalhar 21.

TRABALHAR.