segunda-feira, agosto 30, 2010

Relatório #23

De boa? Esse planeta é coisa de maluco. Cada dia mais eu acho engraçado viver aqui.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Delírios a 37º C

Estou com febre, acho que tô gripada de novo. Esse inverno me derrubou: definitivamente, eu desacostumei do frio de Sampa. Eu não gosto muito de frio, a não ser que possa ficar em casa, só enrolada no cobertor, na frente da lareira, assistindo a um monte de filmes legais. É a única coisa que gosto de fazer no frio, então, acho que posso me contentar em fazer isso só de vez em quando, ao invés de deixar de fazer coisas tão importantes quanto, que é andar pela calça descalça, num vestido de uma peça só, e achar legal quando espirrar água na nossa roupa. Sei que o clima é um fator determinante para a vida das espécies, e que não cabe a nós gostar ou não disso, mas... me adapto mais facilmente a climas quentes. Sou uma espécie de humana fotossintética ou algo parecido. Vai ver que é por isso que meu cabelo fica verde ás vezes.

*Não, não precisa chamar o 192, não, eu não tô delirando, sou maluca assim mesmo.*

Só que aqui em SP já é um frio bissurdo (bissurdo= que faz doer e tampar os dois ouvidos). E ainda essa febre a me gelar por dentro. Ótimo. Se não baixar já-ja, vou ter de tomar um banho morno. E vocês podem prever que, a derradeira coisa que eu desejo agora, é um banho morno.

Ainda mais que o chuveiro não tem box nem cortina. Vai vendo.

Bom, estou com os sintomas clássicos: nariz entupido, dores no corpo, febre baixa e sem-vergonha. Calma, não é H1N1. Deve ser esses resfriados bestas de entrar e sair de dentro dos lugares aquecidos para o frio extremo do sereno de Sampa. A gravidade dessa gripe depende muito da agenda do gripado: se ele tinha um compromisso social importante, por exemplo. Ou algo inadiável. Aí é uma porcaria. Mas, se o trabalhador é do tipo folgado e conseguiu uma desculpa para pegar um atestado e ficar em casa coçando o pé: maravilha!! Não precisa nem fingir. A parte ruim é que você provavelmente vai estar podre demais para aproveitar a folga extra. Mas ficar em casa também pode revelar grandes prazeres...

...como a cadeira de balanço, a lareira, o cobertor... e o ócio.

Já sei porque dizem que o inferno é quente. No frio a gente se sente tão mal que não dá vontade nem de pecar. (essa eu posto no twitter, pra reafirmar minha teoria. Pode ver que os países escandinavos têm índice de criminalidade muito menor que nos países tropicais. Isso é porque o frio não dá vontade fazer NADA a não ser sentir calor!! Por quê acham que os finlandeses amam sauna? Porque é tão frio, mas tão frio lá fora, que inventaram um jeito de poderem ficar lá.. só curtindo o suor pingando...

Se não fosse na sauna, finlandês suaria? (essa é outra pérola tuitável)

Paulista é viciado em trabalho. Seja calor ou frio (e geralmente é frio..!), tá sempre trabalhando. Já que o clima é uma porcaria e não dá pra curtir uma praia, melhor trabalhar que nem um doido pra poder comprar uma casa de praia no Rio... porque lá o clima é show, só tem gente bronzeada e a praia é logo ali...

aí, maluco trabalha, trabalha, trabalha... sobre na vida e no andar do escritório, sobr pra cobertura dos prédios no alto do Campo Belo, sobre na encosta do morro onde ele comprou sua casa de praia- a qual nunca tem tempo de freqüentar, porque está sempre trabalhando.
Aí chega o carioca... o carioca mora num barraco sem-vergonha no morro, mas acorda todo dia com a vista mais linda que o melhor 5 estrelas da cidade. Praia, marzão, tudo isso de graça, é sol e calor na maior parte do ano, gastar com roupa de frio pra quê? Dá pra fazer bico, vender sanduíche, bugiganga.. ou roubar aqueles gringos idiotas que vivem dando bobeira no calçadão. Ou não, menino até sonha em ser médico, advogado... mas pra fazer faculdade precisa de dinheiro, e dinheiro o tráfico dá. Não deixa de ser uma espécie de primeira opção. Bom, não estou aqui pra julgar nem promover uma discussão ética e filosófica sobre a criminalidade, o fato é esse: Se você não consegue se dar bem "no asfalto" porque falta diploma, currículo, documentação, etc... Não interessa: o tráfico é emprego fácil e garantido. E alguns ainda vêem vantagem em obter maior acesso ás drogas. É muito fácil sustentar um vício assim. Alguns são conscientes de que trabalham por e pela droga.Acho que esse é o tipo mais triste de se conhecer.

Ou seja, revisitando a eterna questão " se-o-Rio-é-mais-violento-que-SP", proponho a seguinte teoria: não é uma questão de violência, talvez seja uma questão de.. tráfico. *risos*. Lá tem mais traficante, mais drogas...

Ah, deixa eu parar com isso.. ninguém vai entender e os cariocas vão ficar chateados...Com razão, eu fico pê da vida quando um carioca fala qualquer coisa sobre SP que não seja boa...mas poxa, aceitemos a realidade: não dá pra comparar as duas metrópoles de forma tão generalizada. São duas realidades diferentes, óbvio que isso criaria dois tipos de pessoas...praticamente :)

quarta-feira, agosto 04, 2010

Banheiro virtual

Quer saber? Blog é legal. Dá pra escrever qualquer coisa. É como a latrina do pensamento: eu venho aqui, despejo toda a m... que tenho na cabeça e clico em "publicar postagem" . É como se fosse a descarga.

Ensaio sobre a viseira

Ok, cá estou eu novamente: felino no colo e nenhuma idéia na cabeça, a escrever pro vazio.
Mas tá tão frio que o negócio é ir mesmo postando e escrevendo qualquer coisa só pra esquentar os dedos.

Estava assistindo "Ensaio Sobre a Cegueira", o filme baseado no maravilhoso livro do Saramago. Aprecio o livro e o filme de formas diferentes. Acho que o filme é uma obra-prima do audiovisual por seus cenários, elenco, fotografia, figurino, atuação, trilha sonora, e por todos os motivos que levam alguém familiarizado com o meio a reconhecer quando uma produção é estruturalmente boa.

O livro é irretocável, e apesar do roteiro do filme ser excelente, não há comparação com a obra original, muito mais intensa e profunda na abordagem do tema. Não é como no filme, em que ainda é possível tentar desviar os olhos das cenas de extrema violência. Nas palavras de Saramago a descrição de todo aquele horror nos torna muito mais do que espectadores. É como se as palavras obrigassem nossa mente não apenas a ilustrar a situação, mas vivenciá-la. É doloroso, e por isso mesmo, genial.

Mas ao final o que fica é uma sensação ruim, pesada, que ao invés de se lavar na chuva redentora, perdura com o desfecho pressuposto da heroína do momento, angustiada pela cegueira após tanto tempo sem fechar os olhos para tudo o que ninguém deveria ver.

É dessa sensação e desse peso que estou tentando me livrar agora, perseguindo a criatividade e pensando em marmotas nos seus buracos. Está um frio picoléico e eu estou com umas 80 blusas, mesmo assim nada me anima a tirar a mão esquerda do bolso. E, se você está estranhando essa afirmação ou é novo aqui ou não me conhece- todo mundo já sabe que eu digito com uma mão só, mas isso é mais motivo de chacota do que habilidade. Anyway, em dias frios como hoje eu saio na vantagem: cinco dedos congelados a menos.

É... relendo esse blog dá pra entender a parca visitação.