terça-feira, dezembro 11, 2012

Heavy Metal Nostalgia

Hoje, sei lá por quê, deu saudades do meu antigo blog, de dez anos atrás. Até pouco tempo ainda existiam rastros dele por aí na Internet... Era uma coisa bem bobinha, que às vezes eu atualizava umas milhões de vezes por dia. Escrevia de tudo, mas o que fazia sucesso mesmo eram as...fofocas. *risos*. Eu era uma "gossip girl" de primeira linha. Não publicava nada muito comprometedor, mas dava conta das maiores indiretas, além de publicar minhas "aventuras" nos shows e eventos. Era tudo tão bobo, tão fútil..! *risos*.

Não que eu não adorasse escrever e receber comentários. Sempre havia comentários, lógico. Quando eu viajei para a Finlândia pela primeira vez, nossa, rolou recorde de comentários. Eu achava engraçado as pessoas se interessarem pelas minhas histórias. Ainda acho, na verdade. Mas independente da audiência eu provavelmente sempre continuarei escrevendo mesmo, então... Eu acredito que faço parte da primeira geração de blogueiros. Eu descobri que existia blog quando li o de um amigo meu, o "Kinder" (que ganhou esse apelido por causa de uma mochila de Kinder Ovo, vai vendo..! :D).Eu achei aquilo o máximo: na época não tinha Orkut, e site, apesar de fácil de fazer, não tinha todo aquele dinamismo. O blog foi uma sacada e tanto. Tão simples quanto um "Querido diário", só que com a acessibilidade de um site na Internet. A princípio eu tive aquele blog, depois decidi abrir um que dividia com minha amiga "Toelha" (cujo apelido veio de uma música do Edguy sobre coelhos alienígenas percussionistas), onde nós escrevíamos sobre as baboseiras que filosofávamos nos habituais barzinhos da turma. Então convidamos também outras amigas em comum que também freqüentavam* os mesmos lugares, conheciam mais ou menos as mesmas pessoas...

 O heavy metal paulistano tem um universo próprio de estrelas e "galáxias" muito peculiares. Aliás, eu diria até que o Brasil é um país com alguns expoentes mundiais no estilo, embora aqui eles não tenham tanto reconhecimento como músicos quanto algumas pérolas tipo Latino ou Mr. Catra. O que, óbvio, é uma pena. Nós éramos garotas "descoladas", algumas de nós conheciam bem o "mainstream". Eu diria que algumas conheciam até demais *risos*. Era um "cenário" cheio de personagens maravilhosos: as "bonitinhas", os "desejados", as "groupies" , os "galinhas", quem era de banda, quem era de mídia, quem era enrosco de quem...Tinha uns gringos que "baixavam" de vez em quando e eu tive o deslumbre de conhecer pessoalmente pelo menos dois ou três dos caras que apareciam nos pôsteres das paredes do meu quarto de adolescente. Mas era só estar do lado de dentro da grade , que na maioria das vezes o deslumbre passava rápido: eu também tinha uma idéia muito "rockstar", "sexo, drogas e rock and roll" dessas pessoas, e quando você se aproxima, vê que é quase sempre pose... *risos* E digo isso num bom sentido, porque conheci assim algumas das pessoas mais doces que existem nesse mundo. O heavy metal é meio teatral, faz parte do estilo. Claro, tem muito sem noção também, mas aí vai de cada um.

 Minhas amigas eram boas meninas. Algumas extrapolaram alguns limites, mas fato é que nunca vi rolar nada muito parecido com as orgias doidas que mostram no filme "Rockstar". E até onde eu sei nenhuma tomava nada mais químico do que um porre de vez em quando. A minha sorte também foi ter encontrado nesse meio, uma história mais intensa. Eu não era a ladra de corações que me afamavam ser.

 Eu na verdade mal conheci grande parte dos caras com quem achavam que eu ficava. Me lembro uma vez que o bafafá a respeito de eu ter dormido com o Timo Kotipelto foi tão grande, que meu namoradinho na época me obrigou a voltar imediatamente de avião, após uma viagem de seis horas de ônibus de São Paulo até Curitiba no dia seguinte de um show - porque na época eu estava escrevendo sobre a turnê do Stratovarius para um site finlandês. Larguei o show, a viagem e o hotel que já estava pago, não sei nem por quê, já que eu tinha a consciência limpa.E, por motivos que não vale a pena expôr aqui, mas que é óbvio pra qualquer um que me conheça, é claro que a essa altura do campeonato acho que já está pra lá de provado que eu nunca tive nada com Timo Kotipelto. Se o rumor de quase dez anos atrás tivesse o mínimo de verdade, como eu iria olhar pra cara dele hoje em dia..? *risos*

Fato, gente: nem toda menina no backstage está lá pra "dar", nem todo cara que termina um show está a fim de "comer". Eu dizia isso naquela época e continuo dizendo que na época, pelo menos, era bem verdade...Eu não ligava para o que falassem de mim, porque a verdade eu sabia bem. E se estava comprometida, estava e pronto, não precisava paquerar nem aceitar xaveco de ninguém, mas que problema tinha em ir ver um show ou participar de um evento? Talvez até mesmo o fato de eu ter sido uma fofoqueira semiprofissional, tenha me ensinado a resguardar mais minha vida, ou certos aspectos dela. Escrever e publicar fotos, pensamentos e textos é muito legal, mas sobre a qual talvez não tenhamos tanto controle quanto pensamos. É só ver a quantidade de coisa que "aparece", sem ser de propósito. Ou pior, coisa que "vaza" e reaparece depois sob as mais variadas versões. Tá doido. É bem como estávamos conversando outro dia sobre "Ainda bem que não tinha Youtube naquela época".É, talvez alguns "bafafazes" tivessem sido bem piores... *risos*

Nossa, fazia tanto tempo que não falava dessas coisas... *risos* parece que foi outra vida. Amanhã tem show do Nightwish. No passado acho que seria quase impossível que eu recusasse um convite para ir ver este show. O Emppu também tocou com o Altaria na série de shows em 2002 que eu acompanhei na Finlândia, ele aparece em várias das fotos daquela viagem, e eu mesma cheguei a publicar algumas daquelas fotos no blog. Hoje em dia não publico mais muitas fotos, muito menos com gente conhecida. *risos* eu confesso que não gosto muito de encontrar fotos e textos meus por aí reproduzidos sem autorização. Acontece bastante com meus textos sobre metal que eu eventualmente escrevo sob um pseudônimo, mas que nego não tem a menor vergonha de reproduzir, traduzir e não dar crédito nem de autor nem de fonte. Paciência. Nesses casos acho que a idéia mais importante seja mesmo difundir a mensagem.
Mais de uma década se passou, tanta coisa mudou, mas eu continuo blogando. E dentro deste blog minha vida já mudou tanto, que eu nem sei se devo continuá-lo, se deveria deletar os antigos registros, se deveria começar um novo blog desde o início... Não sei. Sei que ainda gosto de escrever, e pelo jeito sempre estarei escrevendo. E enquanto continuar fácil abrir esta página e derramar algumas palavras, esse arquivo continuará crescendo...

 E eu, também.

With John Oliva  (Savatage) @Via Funchal . Ago.2001



* Este é meu blog e aqui é vigente minha própria Lei Ortográfica, na qual o trema é obrigatório sempre que possível. Adoro tremas e não vou abrir mão dos pontinhos só porque alguém quis.